Queridas Naya Netto Motta e Maelys Netto Motta,
A ideia desse Blog partiu de um amigo que ao saber do meu caso quis me ajudar, no entanto, eu a um tempo atrás criei um e-mail para vocês duas, para onde eu escrevia de vez em quando… a idéia era quando eu encontrasse vocês eu pudesse dar o endereço desse e-mail e senha e vocês pudessem ver o que eu escrevi.
Mas com o Blog, talvez esse e-mail perca o sentido, sendo assim, vou começar aos poucos, transcrever alguns deles para vocês aqui.
Esse foi o primeiro e-mail que escrevi:
Naya e Maelys,
Há muito tempo que penso em escrever uma espécie de diário para vocês, porém isso é muito dolorido para mim…
Pensar em vocês é dolorido demais, por isso eu evito sempre! Não que eu seja um covarde ou que eu não ame vocês, mas a minha separação de vcs não foi feita de uma maneira “justa”.
Tenho tantas coisas para contar para vocês, tantas verdades…
Vou contar tudo, toda a verdade… e vou começar pelo início, pois tenho medo que um dia nessa vida terrena eu não tenha a felicidade de fazer isso pessoalmente…
Eu (seu pai) sempre sonhou em ser piloto, eu sabia que eu queria saber ser piloto antes mesmo de saber a ler e escrever (essas foram as palavras da sua Tia Leila quando soube que eu havia sido selecionado para ser um Aviador-Naval).
Eu nem sabia ler, mas adorava ver as revistas de “avião” que seu avô Zeca comprava. Ele também queria ser piloto, mas seu destino e suas escolhas nessa vida assim não o quiseram. Mais para frente falarei de seu avô Zeca e sobre Espiritismo, Destino, Escolhas, Provas…
De tanto ver essas revistas e perguntar os nomes dos aviões para o seu avô eu aprendi a reconhecê-los. Normalmente seu avô comprava essas revistas no aeroporto aos finais de semana. Eu ia com ele quase todos finais de semana… comprar revistas de avião e ver aviões decolar e pousar, essa era nossa paixão!
Sempre conversava com o meu pai sobre o que eu gostaria de ser quando crescesse… eu queria ser piloto acima de tudo! E eu não me lembro o porquê nem como exatamente eu decidi que queria ser piloto da Marinha! Sendo assim, meu primeiro objetivo era entrar na Marinha para ser oficial.
Qualquer dia eu volto nesse assunto, mas para não perder o foco voltarei para o ano em que “conheci” sua mãe.
Em 1994 eu estava no Colégio Naval. Depois do jantar havia um período chamado de “estudo obrigatório”, onde todos os alunos deveriam estar em sala de aula de 19 as 21 horas. Eu nunca fui de estudar com antecedência e assim, eu utilizava esse tempo para ler ou fazer qualquer outra coisa dentro da sala de aula. Uma vez durante esse ano um colega apareceu com uma história de “PEN FRIEND”, ou seja, amigo por correspondência. Era uma espécie de clube, que deveríamos preencher um formulário com os nossos dados e solicitar o tipo de “amigos por correspondência” que gostarímos de ter. Informavámos apenas sexo, idade e país sendo que a idade limite para se inscrever era de 17 anos, pagavámos 1 dólar por endereço e esperávamos o retorno da clube com os endereços das pessoas.
Eu pedi para me corresponder com garotas de vários países, assim como outros colegas meus do Colégio Naval fizeram, sendo assim, eu passei alguns desses “estudos obrigatório”
escrevendo cartas… mas sua mãe não era uma dessas amigas de correspondência minha. Não por enquanto!
Um dia chegou um amigo meu e me disse:
“Zé Cláudio, olha a minha pen friend!” e me mostrou a foto de uma menina loira, com um corpo bonito, sentada à beira de uma piscina lendo um livro… fiquei babando por ela!
Olhei rapidamente atrás do envelope da carta que ela enviara para ele, e decorei o endereço:
Elodie Perdrix,
Ecour
XXXX St Edmond
France
E é aí que a história de vcs começa…
Beijos,
José Cláudio Netto Motta Júnior – Papai